Pedras

Há verdades, fatos, fé. Quando esta falha, há dúvida. Mesmo que o norte esteja ali, se há dúvida, logo nasce a insegurança e o medo. E aí nem fatos, nem verdades ajudam muito. Tantas conjecturas já foram pensadas que fatos e verdades já existiam antes mesmo de serem.

E em meio a tantas hipóteses e sonhos o que é verdade, agora? Não há como sair da dúvida que a insegurança causou. Ou foi o contrário? Somente a fé torna-se capaz de dar peso suficiente aos fatos e verdades. Ela com seu papel de tornar realidade aquilo que vemos, ouvimos, sentimos, cheiramos.

Pois o que é a realidade se não o que vemos, ouvimos, sentimos, cheiramos? Nossa realidade é toda construída sobre impulsos elétricos gerados por reações químicas. É apenas isso. Somos um punhado de células especializadas que vêem, ouvem, sentem e cheiram o ambiente onde estamos. E nem fazem isso muito bem.

Então qual o ponto? De onde vem a fé? E as emoções?

Ah as emoções… somos programados biologicamente para ter uma descarga hormonal quando algo nos ameaça. Ou quando vemos, ouvimos, sentimos e cheiramos um outro punhado de células especializadas que seja capaz de conosco gerar um punhadinho de células especializadas. Principalmente se esse punhado for bem formado, capaz de gerar um belo punhadinho. Mas essa emoção é apenas a resposta elétrica à descarga de hormônios.

Há, no entanto mais que isso. Ao menos é o que percebe este malformado punhado de células aqui. Há descargas hormonais ou impulsos elétricos gerados por coisas nada úteis para a manutenção desses punhados de células aqui no planeta. Porque há punhados que escrevem, pintam, compõem, fotografam, esculpem, pintam. E outros punhados contemplam.

Essas expressões vêm de descargas hormonais? Por que? De onde? Novamente, qual o ponto?

As lágrimas, o riso, a alegria, a ansiedade que se originam nas linhas da poesia, ou na combinação harmoniosa de freqüências sonoras. É apenas o ar vibrando que gera impulsos elétricos ou a luz refletida que dá forma às letras no papel. Isso acontece o tempo todo no ambiente. Então o que há de especial?

Eu não sei. Mas há algo mais…