Olhar

Quando a gente olha e vê aquele sorriso caloroso. Aquele gesto que sempre nos acolheu. A expressão característica. O sotaque que nos faz sentir em casa. O cheiro. O toque preciso.

Bom mesmo é reconhecer os detalhes dos conhecidos em meio aos desconhecidos…

…e no meio de tanta gente eu reencontrei você. Você que é um velho querido. Que me lembra de casa. É isso: com você estou em casa. E em casa estou à vontade.

Cada um dos seus trejeitos me traz uma lembrança e cada lembrança um sentimento. Aconchegante como colo de mãe. No olhar um abrigo.

O mesmo calor vem também ao ser o objeto do reconhecimento. O exemplo que você nunca pensou em dar. O professor que sequer imaginou ser. O amigo que descobriu em doces palavras. Essas responsabilidades, enfim, que você negligenciou por pura ignorância. Como saberia que as carregava? Bom mesmo é saber que apesar da negligência houve. E foi reconhecido.