Acho difícil uma música me deixar triste quando estou feliz. Ainda que seu teor seja triste. Mas há a junção de diversos fatores que podem causar isso, no meu caso. Se eu pegar uma música que é triste, por natureza e que esteja associada a um evento triste, é possível que uma melancolia me tome conta, sim.

No caso desta é algo tão profundo o teor da própria música que eu nem sei como descrever o sentimento que ela me desperta. Começa pelo fato de ser de autoria de dois dos meus compositores preferidos. Estou falando de Tom Jobim e Chico Buarque. Eles têm muitas canções com teor triste, tristíssimo, mas como disse, há outros fatores que tornam esta memorável.

Eu te amo, de Arnaldo Jabor

Ela já foi tema de um filme do Arnaldo Jabor. Numa época em que o cinema nacional era basicamente pornochanchada e com Sonia Braga no elenco, mas ainda assim é um filme muito interessante, muito intenso e igualmente triste.

Chico Buarque - Vida

Voltando à música, estou falando de “Eu te amo”, que está no disco “Vida”, com tantas outras canções fantásticas do Chico. Cheguei a ler uma análise semiótica desta canção, certa vez, que utiliza um método do Luiz Tatit para analisar a canção como o conjunto música e letra que é. A leitura só demostrou ainda mais a genialidade que eu já via nela.