Nascido a 15 de agosto de 1968 em Tauá, no interior do Ceará, Olavo, conhecido por Bin Lata é um artista. Sua arte tem como principal matéria-prima a lata de cerveja e refrigerente, em geral, de alumínio.
Em questão de 45 segundos, ele é capaz de sacar uma lata e uma tesoura da bolsa e confeccionar, diante dos seus olhos, um cinzeiro todo trabalhado. Só que ele não para por aí. Apontou para a fruteira que estava no balcão da barraca e mais tarde nos mostrou um calango enorme, na balada “Mama Africa”. Mas este tipo de habilidade manual é uma coisa que vemos bastante por aí, nas praças, nas praias, nas ruas.
Bin Lata é diferente pelo olhar. Pela conversa. Já andei por 20 estados. Mas você vai com algum objetivo? Vou com a cara e a coragem. Vou andando e absorvendo o que posso. Aproveita as coisas boas, né? Não, aproveito tudo, o bom, o ruim, tudo é válido.
Dizem que, em geral, se encontra o Bin Lata em um traje de lata, este da foto. Traje que não tive oportunidade de ver ao vivo, mas segundo ele, já está precisando de uma renovação. Pena não lembrar da expressão exata que usou. Foi bem mais interessante.
Segundo ele, é possível tocar um outro ser humano de diversas maneiras. É claro que ele sabe que com sua arte é uma delas. Mas seu olhar penetrante e sua conversa profunda são outras formas muito efetivas. Você pode conseguir o sorriso de uma pessoa apenas com o olhar, é fácil. Eu me emociono, estou emocionado de conversar com vocês agora. Nesta hora seu olhar se tornou mais penetrante, seus olhos brilharam e arrancou lágrimas da Cocó, que estava comigo.
O cinzeiro, a Cocó comprou. Mas ele fez questão de a presentear com um cinto que estava fazendo desde a hora que chegou e se sentou ao nosso lado, utilizando apenas o anel que abre a lata. Terminou ali na hora, mesmo após o protesto da Cocó que disse que o encontraria outra hora. “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”, citou.