Há alguns dias fui confrontado, como costumo ser, por meu amigo, perante minha atitude contundente de não suportar música (que eu considero) ruim. Foi uma discussão de horas, de madrugada. Sem conclusões, claro.
Isso porque o que costuma encabeçar a minha lista de desgostos é a música sertaneja. Se me perguntam, logo digo, não gosto de música sertaneja. E a danada é a mais comum tanto aqui em Campinas, como na minha cidade natal Ribeirão Preto.
Mas…
Tem como dizer que esta música é ruim?
Digo isso para facilitar. Minto. Ou melhor, omito. Mas ao omitir reduzo questionamentos, muito embora esta atitude acabe gerando antipatias algumas vezes. A resposta que eu realmente gostaria de utilizar é: eu gosto de qualquer estilo musical, mas só gosto de música boa. Porém se afirmo isso caio num outro problema, com a quase certa pergunta: mas o que é música boa? Ou ainda o pronto ataque: ah, então tudo o que você gosta é bom? Ou seja, mais antipatia.
Este problema não tem uma solução simples. Se tentar descrever o que é música boa, vou falhar miseravelmente. Se eu disser que música boa é a que eu gosto, estou implicando que a qualidade da música, o fato de ela ser boa, é definida simplesmente pelo meu gosto, o que seria uma arrogância desmedida. Em resumo, não consigo ter uma atitude muito simpática nesse quesito, falha minha!
Creio ser a paixão que sustento por essa arte que me faz assim, egoísta, ciumento. Tenho ciúme de que a possam estar usando de maneira depravada. Não a quero só para mim, mas quero do meu jeito. Ciumento e controlador, então.
Ao analisar o meu gosto, vejo que há inúmeros fatores que me fazem gostar muito de alguma música, o principal deles é a sensação que ouvir a música me causa. Quanto mais intensamente alguma sensação me for despertada, mais gosto. A sensação, claro, não precisa ser sempre a mesma. E não pode ser algo como nojo. Sentimentos como tristeza, felicidade, saudade, êxtase são o que eu procuro.
Talvez não só na música.